segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

NOSSA HISTÓRIA

A história começa em 1955, quando os 4 irmãos: Jair, Getúlio, Durval e Valdir, resolveram criar um grupo para animar as festas comunitárias nos municípios de Porteirinha, Serranópolis de Minas e Riacho dos Machados. Como não havia energia elétrica naquela época, todas as festividades eram animadas por tocadores. Seja festas de santos padroeiros, leilões, novenas, aniversários e até casamento, tudo era animado com sanfona, triângulo e pandeiro.

O nome do grupo foi sugerido quando eles estavam tocando em uma festa de São João e a lua estava linda, brilhando muito. Daí resolveram que Seresteiros do Luar seria o nome que iluminaria o caminho deles. Mas eles só não sabiam que o grupo ia durar tanto tempo atravessando gerações.

Eles contagiavam e animavam a todos. Com o tempo, Ageu, Sebastião e Dílson começaram a participar. Joaquim, Osvaldo, Gersi, Zeca e Valdir também ajudavam.

Com a coordenação de Getúlio Gomes, o grupo começou a ficar famoso e fazer muito sucesso ganhando apoio e muitos fãs. Eles começaram a tocar nas regiões. Porém, era muito difícil atender a todos os convites e lugares. Tocavam tanto recebendo dinheiro, quanto de graça quando a comunidade ou pessoa que convidou não podia pagar. O grupo era formado por agricultores e todos tinham que continuar dedicando ao trabalho na roça pois o trabalho com a música era feito na maioria das vezes de forma voluntária, com o principal objetivo de animar as festas e celebrar a cultura.

Sempre que eram chamados, os integrantes do Seresteiros do Luar iam com muita satisfação. Iam à pé, a cavalo, charrete, sempre levando os instrumentos, sanfona, zabumba, pandeiro, bongô, triangulo, surdo, dentre outros. Com muita animação, mas com pouca estrutura, eles não davam conta de atender aos convites que sempre aumentavam.

Com o passar do tempo, os integrantes foram se casando e com o surgimento da energia elétrica e dos carros de som nas comunidades, os integrantes foram se separando porque jánão queriam tocar como antes. As noites que antes eram animadas ao som do famoso forró pé de serra, passou a ser esquecida e desvalorizada em troca do carro de som que trazia músicas e ritmos que estavam na moda de cantores das grandes capitais, mas que nada tinham haver com nossa cultura. Mesmo assim, em 1990, o grupo deixou saudades em muitos corações.

Foi aí que em 1993, Geraldo Gomes, filho do sanfoneiro José Gomes, comprou a sanfona de um tio e chamou os outros amigos e parentes para retomar o grupo. Junto com Alcides, Pedro Pereira, José Aparecido, Adão Nascimento, Gilberto, Osvaldo, Lourdes e Zezinho, Geraldo ajudou a reerguer o grupo Seresteiros do Luar, resgatando a tradição, tocando e animando as festas das comunidades e regiões. Com o tempo, alguns integrantes chegaram e outros saíram, porém, nunca mais o grupo parou. A partir de então, Adão Nascimento passou a coordenar o grupo.

Além de animar as festas, eles são bastante atuantes nos movimentos sociais e em organizações de base como a CEBS. Por causa disso, eles se dividem em outros dois grupos. Um deles é os Seguidores de Jesus que compõem músicas, cantam e tocam em cultos, celebrações e reuniões de comunidades, que Amintas Luiz coordena. Já os Filhos de Maria, são parte do Seresteiros do Luar que tocam e cantam Folia de Reis e outras folias que José Aparecido coordena.

Como eles também são envolvidos nas lutas sociais e organizações populares que acreditam em um mundo melhor, o grupo sempre participa animando encontros, passeatas e demais mobilizações.

Com tudo isso, o grupo tem permanecido vivo. Eles acreditam que o objetivo principal do Seresteiros do Luar é valorizar a cultura e divulgá-la para que ela não morra. Apesar de todo o esforço, eles acham que as rezas estão acabando, pois não existe incentivo e nem apoio. Muitas vezes existe divulgação de músicas para juventude que nem sentido tem.

Geraldo Gomes sente feliz em celebrar a cultura de sua terra e de sua família que já está na quarta geração de sanfoneiros. Além dele, seus tios Jair, Argeu e Getúlio, o pai José e o avô João Francisco sempre foram sanfoneiros respeitados na região. Geraldo atualmente toca a sanfona pé de bode, 12, 48, 80 e 120 baixos.